16.12.11

SAMBA

Eu não deposito minhas esperanças
Nas promessas de felicidade
De nenhum banco
Eu não desperdiço minha energia
Gerando lucro para parasitas proprietários
De nenhuma empresa
Eu não encho os meus pulmões
Nas ofertas de supermercado
Nem lambo vitrine de shopping
Nas tarde lotadas de sábado
Eu não tenho carro
Não tenho dinheiro
Não tenho prestígio

Sou um homem sem currículo
E, quem diria,
Tenho me sentido mais pleno
Mais alegre e humano com isso

E não insista
Não adianta
Eu não vendo o meu samba

DE PRIMA


Já passa das cinco da tarde
E eu perdendo meu dia
Tentando fazer um poema
Sem olhar pela janela
Sem notar que a primavera
Já toma conta lá fora
E zomba da minha agonia
Escrevendo naturalmente
Um trimestre de poesia
PUBLICADO EM 13.12.06