23.11.08

IN VINO...

No vinho
- É vero -
Tudo pode:
A verdade
Fica grogue

13.11.08

ARMA ZEN

O monge
No Tibet
Longe
Pratica meditação

O mendigo
No minhocão
Sem abrigo
Não vê outra solução

Um se afasta
Dos sofrimentos do mundo
Pela trilha do zen budismo

O outro esquece
Os prazeres do mundo
Pela via do zen etilismo

4.11.08

DIVÃ...GAÇÕES

Freud
Ex
plica
Lou
cura

1.11.08

FRONT.HOSPÍCIO

Onde estão meus generais
Se no calor do combate
Meus comandos tão bem treinados
Preferem brincar de espantalho
Nas trincheiras do milharal...
E com estandartes de arado
E seus canhões de goiaba
Batem latas na retirada
Festeiros e desajeitados
?!

Onde estão meus generais
Se minha artilharia balança
E só lança estrelas cadentes
E uns cometas de mel insurgentes...
Com silvos que zunem no ar
Revelando a moderna harmonia
De um ninho – em nada escondido –
De sonatas de paz ao luar...
?!

Onde estão meus generais
Se no ardor das batalhas
Meus melhores regimentos
Preferem passar o tempo
Na missão mais desejada
Desfraldando vestidos floridos
- Feito bandeiras de território –
Nas janelas das namoradas...
?!

Onde estão meus generais
Se minhas divisões
Motorizadas
Andam de skate nas praças
E feito bandos desordeiros
Com seu futebol sem dinheiro
Jogam bola nas calçadas
Mirando as lâmpadas
E as vidraças
?!

Onde estão meus generais?
Se minha infantaria azara cartas
Valendo garrafas de vinho...
E com canções de motim
Saúda minha força aérea
Que brinca de rasgar o céu
Lambuzada de brigadeiro e beijinho
Com suas esquadrilhas de papel...
?!

Onde estão, enfim, meus generais
Se a algazarra virou estratégia
Se os blindados são só esculturas
O arsenal
Um amontoado de carinhos
E a munição
Uma pacata confusão
De beijos, ternura, desejos...
?!...

Pois meus generais estão derrotados
Eu mesmo os venci
Quando nasci
E aprendi o que sei nas ruas...

Capitularam sem condições
Não suportaram este palco
De riso fácil e folia
Esse teatro
Que só podia ser do absurdo
Este caos
Que eu costumo chamar de alegria

E que se fodam mesmo
Todos os generais
Que não suportam esse jeito de farra
Esse ensaio de anarquia
Esse improviso nosso de cada dia
Que é bem melhor
Muito melhor
Que qualquer teatro de guerra