14.12.13

MORRER NO MAR



As mortes têm matéria
Têm o peso do que seria
Movimentos fantasmagóricos
No inverso de um degelo
As mortes são de areia
Museus da fotografia

Pleno,
Plano,
Altiplano
Aquário submerso
De possibilidades
O fundo do mar é plano

Um ramo de corais
Balançando
Ao vento da água
Uma guarnição
De estrelas do mar
Em honras de estado natural
Todo o sal
E tanto sal
E as espinhas
De todos os peixes
Curvando à dança das algas

Nunca mais
Só te digo
Nunca mais
Pleno e plano
Pelas algas, águas,
Peixes e corais
















MAESTRO VERMELHO

O maestro não é déspota 
Nem é destro 
É canhoto e de esquerda 
Manifesto 
É o mestre sonoro das obras 
Que só descansa 
Mas inquieto 
Na cadência intimista 
Do solista 

Não é déspota 
Nem é destro 
É o antídoto do fraque 
Que as frisas 
De araque 
Não percebem 
Nem de longe 
Nem de perto