30.9.13

TÔNUS


Outono
É ônibus de tônus
Amarelado
Meio sombrio
Meio ensolarado
Meio soprano
Meio desafinado

Seu letreiro é uma rima
Uma parada que ensina:
Turbina no reverso,
Meu camarada...

Bemvindo a este aeroporto
Meio absorto
Meio compenetrado
Meio arredio
Meio adocicado
Com um tanto de castanha
Espalhada
Calor eufórico
No meio dia
Frio depressivo
Na madrugada

Como tônus de outono
Nos ônibus
E castanhas amareladas
No meio fio
E na calçada
Meio sem brio 
Meio arrebatado
Meio sombrio
Meio ensolarado









9.9.13

SONATA


Uma sonata
Duas luas
Um soneto
Um sonar

O trago amargo
De um tango
E a bondade de trigo
Dos seus cabelos

Me reconheço
Na sua cintura
Meu ancoradouro
De partidas
E me amanheço na noite
Ouvindo a cantoria da chuva
E a sua respiração

Bom dia...

A humanidade
Acorda assustada
E as suas lunetas
De azul oriental
Esse impossível azul transcendental 
Se esquecem num céu de esperanças
Pulsando tranquilas
Estrelas adormecidas

Não há tempo pro medo
Eu sofro, mas vou com você
E aqueço seu rosto risonho
Até o ônibus chegar
Você vai cuidar das pessoas
E eu me conformo com as luas
Que ficaram pra traz
Procurando algum céu
De esperanças
Uma sonata
Um soneto
Um sonar






LUNA



O luar,
Pálido,
Revela:
A bola da vez
Pela noite
É clara, dourada
E bela
18.6.09