11.8.08

DIVA DO JAZZ

A diva do jazz
Descreve
Seu ciclo virtuoso
No tom
Das batidas venais
Do meu rock
Impensado e acintoso...
Ela rola nos lençóis
E pelo chão
Num vulcão de almofadas
Que nunca existiram
E nunca existirão
Neste pedaço inusitado
Da vida
Do universo
(e tudo mais...)

A diva do jazz
Jaz no divã
Das palavras
Da minha infâmia
Jaz na infância
Da minha perversão
Onde nada pode
Diante de um power chord
Que atravessa o mundo
Até respaldar a periferia
Dos rebeldes
Com excesso de causas
Num subúrbio perdido
No cone sul

A diva do jazz
Joga xadrez
No andaime
Joga minhas ilusões
Pela escada
E traz as meninas
Do vocal
Dançando
E atiçando o neo-blues
Do meu pacto
Com o diabo humano...
Polifonia de vinho
Sexo, paixão
E todos os sons
Que eu ainda vou conseguir

(Fim momentâneo
Do set list..)
Invento um resumo
E qualquer coisa mais:
Rebeldia suburbana
Rock, Bach, blues
E a diva do jazz

(Tudo sob a proteção
De São Coltrane
E de tudo que nos faz feliz
Ave
James Marshal Hendrix)