AGOSTO
Ela caminha
Com a sombrinha de lado
O cabelo molhado
E um certo ar blasé
Ela se apossa
Do passeio ondulado
Com seu olhar azulado
De algum azul de Monet
Estendo o meu mundo
Mas ela não quer
Ou despreza
Ou não nota
Ou só finge que não vê
E segue sozinha
Com a sombrinha de lado
O rosto inalterado
E seus azuis de Monet...
E eu
Fico na minha
Fico na minha
Com o guarda-chuva fechado
O cabelo molhado
Caminhando sozinho
Na garoa fria de agosto
Procurando azuis azulados
Com um certo ar deprê
3 Comments:
Amei tanto! Que invejinha me dá!
Este comentário foi removido pelo autor.
(Sou chique) Me lembrou o Sonnet D'Arvers... "Pour elle, quoique Dieu l'ai fait douce et tendre,
Elle ira son chemin, distraite et sans entendre
Ce murmure d'amour élevé sur ses pas.
A l'austère devoir pieusement fidèle,
Elle dira, lisant ces vers tout remplis d'elle:
"Quelle est donc cette femme ?" Et ne comprendra pas!" Não é bem verdade?? Lindo demais, poeta.
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