GASOLINA
Nós pensávamos
Que nossos campos
Eram santuários de lírios
Com bordas selvagens
E alguns roçados bem cuidados
Nossos campos eram trigo
Pão com mel
Laranja, mesa, cozinha
E essas coisas que nos uniam
Hoje...
Nossos campos são de guerra
Campos de petróleo e desprezo
Quem quer energia
Não vacila
Bombardeia, invade, assassina,
Em nome do óleo,
Da paz e da democracia
Criança, lírio e cozinha
Gente junta e poesia...
Não movem negócios nem tanques
São só espasmos antiquados
De perdedores,
De fracos e derrotados
A vitória tem gasolina
Pólvora, napalm
E dano colateral
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